Você já fez o exercício de fechar os olhos e visualizar você mesmo nos próximos 5, 10 ou 20 anos? Certamente você já se imaginou em algum lugar no trabalho. Trabalho, sobretudo, é onde materializamos a subjetividade da nossa existência. Em outras palavras, no trabalho é onde colocamos em prática a nossa criatividade, necessidades, crenças, saberes, aptidões, ideias e nossa alma. Ou seja, não é apenas a forma de ganhar meios financeiros para sobreviver. Mas, é claro que muitas vezes o lugar onde trabalhamos não é necessariamente a melhor escolha de onde nos faz feliz, plenas e completas, e sim, é onde nos sustenta em um meio que nos impõe a necessidade por dinheiro. Hmm.. dinheiro. Lá se vai outro grande tópico que depois abordaremos por aqui.
Por enquanto, vamos conversar sobre as relações de trabalho.
Acontece que a velha relação histórica do trabalho, a qual Marx já tanto relatava, desde a modernidade, inevitavelmente, criou relações de poder desiguais. Quantos de nós já não nos sentimos limitados pela figura do chefe, até muitas vezes humilhados, desmotivados e uma centenas de milhares de pessoas no mundo mesmo deprimidas. Hoje, uma das maiores questões de afastamento no trabalho é a saúde mental. Muitas vezes, sentimos o nosso potencial desperdiçado, ou meros “apertadores de parafuso” de uma máquina que nem entendemos o porquê.
Com o aumento populacional do século XX, e principalmente, pelo crescimento desenfreado da cultura capitalista e o neoliberalismo, a competitividade, a pressão e a velocidade no dia a dia do trabalho geraram inúmeras consequências interpessoais. Tanto pelas relações entre cargos e funções (as “patentes” das organizações) como também a relação de cliente-fornecedor. E, ainda mais, a nossa auto-cobrança pela perfeição, por se destacar em meio a multidão, por um significado estagnado de “sucesso” ou, até mesmo, por satisfazer nosso propósito. Uou!
Somamos tudo isso a um contexto mundial nem um pouco favorável que aumenta ainda mais a panela de pressão da humanidade: mudanças climáticas, poluição, pandemias, guerras, desigualdade, escalada da violência, preconceito, racismo, machismo e por aí vai a visão de medo do apocalipse e colapso da humanidade!. E ainda tem outro componente, o avanço geométrico da tecnologia - que além de acelerar (e muito!) a vida - pressiona o futuro do trabalho.
O futuro do trabalho por outra ótica
A questão que quero trazer aqui é que o futuro do trabalho não é apenas sobre inovação tecnológica e produtividade; mas, principalmente, sobre cuidado, bem-estar e criar ambientes de suporte.
Precisamos disso. Precisamos que o trabalho seja minimamente um lugar de realização, um lugar de colocarmos coisas boas pro mundo e para nós mesmos. Um lugar de cooperação muito além da competitividade e sem violência. Isso também passa por uma mudança importante de percepção da função social da empresa (mais um assunto gigante que colocamos na lista de espera também).
As organizações definitivamente NÃO são repositório ocupacional, pagadores de salário, geradores de lucros para shareholders e de riqueza para altas “patentes”. As organizações têm plena capacidade de produzir aquilo que as pessoas precisam, criar novas possibilidades através da inovação e apoiar a melhoria de vida das pessoas pela distribuição equitativa de riquezas, mas também apoiar a melhor existência de cada um, a relação entre pessoas e com o planeta em que vivemos. Isso passa por uma mudança também na cultura organizacional, nas suas estruturas, em como se organizam, na forma como se mede sucesso e valor, e na (re)definição contínua de seu propósito.
Dito isso, uma visão holística da paisagem evolutiva do cuidado no local de trabalho pode ser o coração de uma cultura organizacional resiliente e inclusiva. A tecnologia pode oferecer ajuda nisso, como os sistemas híbridos de homeoffice (se adaptando às necessidades de cada um), novas ferramentas de Inteligência Artificial que podem facilitar o trabalho diário e até mesmo apoio de gestão emocional, ou facilidades de integração de plataformas digitais que dão grande suporte para trabalhos de equipes (principalmente à distância).
Mas, claro que a tecnologia também traz grandes desafios com a privacidade, divisão digital, isolamento social, substituição por máquinas, excesso de informação, sedentarismo, etc. Sobretudo, a necessidade de empatia humana não é solucionada pela tecnologia. Avançando, a integração da tecnologia do cuidado no trabalho exigirá uma consideração cuidadosa de implicações éticas, garantindo que os avanços aprimorem, em vez de detratar, o bem-estar, a inclusão e melhoria de qualidade de saúde física e mental.
A cultura de cuidado se manifesta não apenas em políticas e programas, mas também nas interações diárias e atitudes dentro de uma organização. Um lugar onde se preocupam não só com a execução “bem sucedida” de resultados e o crescimento da carreira mas com as conexões sociais, o desenvolvimento pessoal e o equilíbrio de cada um em sua vida pessoal.
A incorporação de diversidade, equidade e inclusão não como iniciativas, mas como naturalmente percebida e valorizada por tod@s, podem trazer um ambiente onde as pessoas se sentem respeitadas, independentemente de quem são, contribuindo para um senso de pertencimento, uma comunidade mais inclusiva e a felicidade. Uma abordagem mais holística do bem-estar das pessoas e o “lugar” da organização no planeta é uma questão, não só moral e ética, mas inclusive de resiliência das próprias organizações - como melhoria do ambiente de trabalho, diminuição do estresse e melhoria da saúde mental, e até mesmo melhor qualidade de “produtos e serviços” que elas mesmas oferecem.
A evolução das organizações no futuro próximo depende de uma jornada multifacetada em direção à criação de lugares empáticos, revigorantes, saudáveis e inclusivos que transbordam benefícios para tod@s. No fim, merecemos e queremos ser felizes… e o ambiente de trabalho pode ter essa leveza.
E então, quando você fechar os olhos novamente e imaginar seu trabalho no futuro espero que venha acompanhado de um sorriso e um aconchego no peito.
Bom TRABALHO!
Retiro Águas Passadas - para limpeza de traumas e bloqueios
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MUITOA BOM TEXTO