O que acontece quando pessoas interessantes se juntam?
Resumão da Casa Novo Mundo, na FLIP 2022.
A FLIP, Festa Literária Internacional de Paraty, voltou a acontecer presencialmente depois de dois anos de programação online devido a pandemia. E foi um retorno animadíssimo!
Além da programação oficial, várias editoras e coletivos transformaram as casas da cidade mais charmosa do Brasil em pontos de encontro com programações gratuitas e muito interessantes.
Como disse Natalia Timerman "a FLIP é um vórtice no tempo”. Achei a definição perfeita, porque imagina um tempo-espaço em que pulsa arte 24 horas por dia? Pois bem… A FLIP é esse tempo-espaço. <3
E dentro desse tempo-espaço surgiu a Casa Novo Mundo que nasceu de um bom encontro entre a Bambual Editora e a NC Curadorias. O conceito da casa foi inspirado no projeto Um Novo Mundo É Possível, que veio a partir do livro homônimo da pesquisadora sobre comportamento humano Adriana Hack. (Aliás, você pode conhecer mais sobre Adriana e seu livro aqui nessa entrevista.)
A proposta da casa era descolonizar os espaços de conhecimento e de cultura, trazer novas linguagens e liberar o inconsciente para criação de outras formas de arte e pensamento, conectando pessoas a conteúdos.
Eu me dei a difícil missão de trazer aqui um resumo do que vivemos por lá. Uma missão quase impossível, já que faltam palavras para descrever sentimentos e encontros. Mas fiz um compilado dessa casa que reuniu tanta gente interessante.
Vem matar a saudade (ou ficar com vontade de participar da próxima)…
Primeiro dia:
A Casa Novo Mundo abriu as portas para receber Michel Bottan (do @Desperto_CulturasRegenerativas) e Marley Verá Tupan (indígena de Paraty). O tema abordado foi O Bem Viver: Livros e Práticas e se eu tivesse que resumir o encontro em uma frase eu pegaria emprestado a frase de Marley: “A gente precisa reaprender a respirar. Dá pra ter um bom viver nas cidades, basta respirar no ritmo da natureza.”
Neste dia, a casa também recebeu a oficina Cozinha Sensorial e PANCs, com Jorge Ferreira e parceiros produtores de Paraty e o Sarau Unidiversidade das Quebradas que encerrou o primeiro dia emocionando todos os presentes.
Assista o resumão deste dia aqui:
Segundo dia:
Foi o dia de nos conectarmos aos sentidos para além do racional. Sair um pouco do mental e da quantidade infindável de informações para sentir o que o corpo estava querendo dizer. Para deixar fluir o que há dentro de cada um. Primeiro aconteceu a Vivência Sonora com o Paraty Yoga Festival. A experiência foi conduzida pelo Vinicius Ciccarelli e pela Carmem Sarvá e abriu tanto meus sentidos que desaguei por alguns minutos durante aqueles sons.
Depois eu tive o imenso prazer de ofertar, junto com a Raquel Taffari, a primeira oficina de Escritas Regenerativas. Um convite para abrirmos caminhos para uma escrita genuína, profunda, intuitiva. Aquela que conecta e regenera. Criamos espaços para uma escrita que floresceu genuinamente do campo fértil de cada participante e, juntos, construimos uma agrofloresta de expressões.
Assista o resumão aqui:
Terceiro dia:
O terceiro dia foi dedicado a potência feminina. A programação foi aberta pelo círculo feminino do TeSer Juntas, com o lançamento do livro Meu Corpo é Uma Festa. O livro foi escrito por dezesseis mulheres e cinco delas estavam presentes para contar a experiência que foi ter escrito essa obra. Elas também convidaram as presentes para uma vivência corporal e, claro, acabamos em uma dança livre, festejando a festa que é o corpo de cada um.
Depois foi a vez da vivência: Da Mulher Selvagem à Kalī - Os Arquétipos da Psique Feminina, com Talluana Nogueira e Mônia Rommel que conduziram um papo profundo utilizando as cartas e sabedorias do Oráculo da Mulher Selvagem.
Depois do almoço fomos teletransportados para São Luis do Maranhão com uma Projeção Interativa do Caminho Ancestral Maria Firmina, em parceria com o Instituto da Cor ao Caso. Com imagens do Centro Histórico de São Luís e um guia ao vivo nos sentimos passeando pela vida e obra da maranhense, com informações inéditas sobre a sua vida - que foram reveladas na biografia da nossa romancista. Salve Maria Firmina dos Reis!
E para fechar o dia com chave de ouro, tivemos um papo com Adriana Hack na kombi do Um Novo Mundo É Possível.
Assista o resumão:
Quarto e quinto dia:
No sábado, a Casa Novo Mundo começou do jeito mais fofo possível. Com o Buda Performer, um Golden Retriever artista e sua tutora Tania Alice que falou sobre o lançamento do livro Arte Relacional no Brasil - o que se faz, o que se come.
Depois viajamos pelos lugares que Israel Coifman, Nicole Gasparini e Santosha Natália Garcia visitaram e trouxeram para os seus livros de viagem: Mashallah - do Ártico à Ásia de bicicleta, Boon na Minha Vida - Uma Jornada Pela Ásia e Sete Dias no Butão: O que aprendi sobre a felicidade.
A tarde recebemos Marcela Ceribelli, fundadora e diretora criativa do Bom dia, Obvious e escritora do livro recém lançando: Aurora- O despertar da mulher exausta. A conversa foi mediada por Raquel Cozer, diretora editorial da Harper Collins.
Em seguida foi a vez de falarmos sobre Maria Firmina dos Reis e seus ecos nos dias de hoje. Com Renata Di Carmo, autora de As Faces de Maria Firmina dos Reis: Diálogos Contemporâneos e Agenor Gomes, autor da Biografia de Maria Firmina dos Reis.
A noite celebramos o lançamento de Poemas para o Êxtase– Pelo Coração da Baleia Sem Fim. O escritor Cássio José de Oliveira (Zero) ancorou um sarau com show de Camila de Sá e consagração do cacau. Foi como seu livro: um êxtase!
E no domingo de manhã… finalizamos com chaves de diamantes com o grupo musical Flor das Águas Bhakti Som e uma performance do palhaço Vishuddhi.
Assista o resumão aqui:
É isso que acontece quando pessoas incríveis se juntam: cria-se um tempo-espaço onde todos querem ficar.
Falta muito para a próxima FLIP, produção? :)