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Nutrir novos olhares de futuros para sair da passividade do presente
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Reimaginação Radical| Travessia #15: plantar

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LUCIANA S BAZANELLA
set 09, 2024
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Cansados do passado e com medo do futuro, estamos em um presente suspenso e obsessivo com o curto prazo, com a iminente sensação de incerteza. Não é por acaso que estamos mergulhados neste zeitgeist. Vivemos a disrupção de mundo como o conhecemos: crise econômica, diferenças geracionais, novas tecnologias, emergência climática, pandemia de saúde mental, eminência da terceira guerra mundial, colapso midiático e o questionamento de praticamente toda a atividade industrial como existe hoje (e tudo isso ao mesmo tempo e agora!). 

Não é por acaso que quando se fala em visões de futuros, estamos em plena crise da imaginação. Oscilamos entre o negacionismo da complexidade da permacrise e a desesperança apocalíptica. Como foi que nossa capacidade imaginativa coletiva se tornou um campo tão árido onde qualquer semente de sonho de um mundo mais justo e equilibrado parece fadada a perecer? 

Um dos motivos de estarmos empacados é que nosso imaginário coletivo está  entulhado de imagens de futuros. Como um closet cheio de roupas que não veem a luz do sol há anos, nossas projeções de futuros estão mofadas. Nossas mentes estão colonizadas pelas distopias. Assistir séries de apocalipse zumbi ou desastres intergalácticos pode ser um ótimo entretenimento, mas essas histórias costumam ser tão catastróficas que alimentam o sentimento de inevitabilidade que acaba nos deixando inertes. Outro problema nessas perspectivas é que, infelizmente, elas já são o presente. Cidades inundadas, eventos climáticos extremos, refugiados climáticos, guerras causadas por desinformação, polarização política extrema: qualquer semelhança com 2024 não é mera coincidência. Ou seja, está na hora de perceber a distopia do presente, para que ela seja combustível para transmutação e a semente de novas possibilidades de futuros.

Mas é preciso ter cuidado com o que queremos plantar, pois ir para o outro lado do espectro também não costuma ajudar. Quantas vezes, ao tentarmos exercer o otimismo sobre o futuro, não nos deparamos com o discurso da utopia?

Coloquialmente é muito comum usarmos a palavra “utopia” como algo impossível, num contexto até de ridicularização. As histórias utópicas sobre o futuro costumam soar ingênuas e bobas, com suas imagens perfeitinhas de pessoas andando calmamente de branco e prateado por cidades limpíssimas pontuadas por carros voadores e florestas urbanas. Muitas das imagens de futuro propostas pelos “líderes de pensamento futurista” dizem que "chegaremos lá" através do desenvolvimento exponencial das tecnologias emergentes.

É uma visão utópica da tecnologia, onde, supostamente, ela sempre oferecerá todas as respostas que procuramos. Como se todo e qualquer desafio pudesse ser superado com a ajuda de uma nova e hipotética ferramenta ou descoberta científica. Escassez hídrica? Tudo bem! Certamente vamos descobrir como dessalinizar a água do mar muito em breve. Tire da cartola um problema e já temos a resposta: nossa inteligência artificial avançadíssima de um futuro hipotético vai ser capaz de criar todas as soluções que precisaremos. Pronto, está aí a receita da passividade no presente.

Porém a tecnologia não irá nos salvar pelo simples fato de que a origem e a resposta dos maiores desafios está em nossos hábitos de existência, valores, crenças e sistemas.

Então que tal plantar na sua mente a seguinte ideia: é possível, sim, vislumbrar possibilidades de futuros alternativas. À medida que desaprendemos a ver o mundo com imagens viciadas de futuros e utilizamos novas lentes para endereçar os desafios sistêmicos que o presente nos apresenta, seremos capazes de reflorestar nossos imaginários. 

É preciso ser Radical no sentido etimológico da palavra: ir na raiz.

Aprendemos com a natureza que opera pelo paradigma do crescimento: na semente do que vislumbramos está inscrito o potencial do futuro que podemos ainda não só acreditar, mas também fazer brotar e crescer. Tudo que é criado pelo ser humano, foi antes imaginado. É possível plantar a semente da Reimaginação Radical se tivermos a coragem de praticar novos ângulos, equipar-nos com lentes para enxergar além e desaprender formas viciadas de vislumbrar futuros. 

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