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Entre um capítulo e o outro
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Entre um capítulo e o outro

Existe um espaço em branco. Pausa. Respiremos.

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Bruna Próspero Dani
dez 30, 2024
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Entre um capítulo e o outro
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“Não é chegada, nem partida.

FIM É TRAVESSIA

Atravessemos…

-Milene Hada

Na primeira travessia do ano perguntei: “você tem conseguido sonhar?”

Me referia aos sonhos oníricos, mas também sobre os vislumbres de um futuro. O convite era para que abríssemos espaço para projetar nossos desejos de futuros possíveis.

Doze meses se passaram e, neste momento, é comum olharmos para trás, na tentativa de fazer um balanço dos sonhos concretizados. Pensamos sobre o que deixamos pelo caminho, as metas alcançadas, as coisas que nem ousamos sonhar, aquilo que se realizou e aquilo que falta. Queremos saber onde chegamos e se estamos, de fato, onde gostaríamos de estar. Um período em que costumamos focar nos resultados. É aí que mora a cilada.

É neste momento que o “burrinho do Shrek” pode aparecer na sua cabeça, perguntando incessantemente:

“A gente já chegou?”

Confesso que não me lembro dos detalhes da história do Shrek, mas toda vez que me vejo ansiosa ao final de um ciclo, a cena do burrinho, em um looping sem fim, ressurge me perguntando: “e aí, a gente já chegou? Falta muito? Tá chegando? Tá chegando? Quanto falta? Já chegamos? Onde estamos? Quanto falta? Quanto falta? Quanto faaaaltaaa?”

Talvez, por aí, não seja a o burrinho do Shrek e sim a a voz da Simone perguntando: “então é Natal, e o que você fez?”

Hoje, o convite é para olharmos com sabedoria e compaixão para os processos.

Falar com amorosidade para essas vozinhas atormentadas que vivem dentro da nossa cabeça:

Aproveita o caminho, aprecie a paisagem… sim, já chegamos em vários lugares e temos tantos outros para chegar. Fizemos tantas coisas e ainda há tanto a ser feito…Confia na trilha. Curte a paisagem!

O convite que quero deixar aqui é para que você se lembre que entre um capítulo e outro, há sempre um espaço em branco que nos convida à pausa. Desejo que a gente possa usar essa pausa para apreciação, mesmo quando tudo pode parecer meio caótico internamente. Quando estamos dentro desse intervalo, tudo pode ficar confuso e incerto. Tendemos a querer organizar a confusão rapidamente e avançar para o próximo capítulo. Mas são momentos de incerteza que nos permitem crescer.

Como disse a naturóloga e professora de Yoga, Milene Hada:

“Fins de ciclo costumam ser caóticos (…) mas não é porque é caótico que é desordenado. O caos faz parte da ordem do que ainda não conseguimos enxergar

Nestes dias que antecedem a virada do ano, desejo que possamos apenas contemplar o momento presente, como nos convidou

Tainana Andrade
na sua coluna mais recente.

Que possamos seguir com mais gentileza, confiança e paciência, sabendo que o caminho é tão valioso quanto o destino.

Para acalmar a vozinha incessante do burrinho do Shrek decido por passar algumas horas contemplado a vastidão em silencio e escrevo um poema-carta ao ano que se aproxima.

Que ele possa sossegar possíveis tagalerices em outras mentes:


Carta ao ano que se aproxima

Não sei quais caminhos me esperam esse ano. Talvez o mais valioso desejo que eu tenha para 2025 é confiar no não saber. Adentrar o futuro sem garantias de nada. Abrir mão do controle para dar espaço e alargar as brechas onde nascem as surpresas.

Confiar no caminho.

Confiar na capacidade regenerativa de tudo aquilo que pulsa. Acreditar no mistério que rege essa pulsação. Me lembrar que mistério é algo que não se desvenda. É aquele espaço em que, ou você mergulha, ou se afoga.

Abrir espaço.

Para os sonhos que jorram das terras molhadas e dos corações que amam. Para as conversas que acontecem além das palavras. Para as raizes que saem do abacate procurando terra nova — essas sim, muito confiantes.

Ter fé no que pulsa dentro de mim.

Fé na poesia. Daquelas que brotam em páginas marcadas, das que brotam do silencio ou do riacho lá de trás. Fé na palavra que vai para o papel mesmo que pareça meio perdida na página rasgada. Fé no sentimento. Fé nos sonhos da alma.

Dar ao futuro o benefício da dúvida.

Ao invés de pensar sobre tudo que pode dar errado, permitir sonhar tudo aquilo que pode dar certo.

Semear dentes-de-leão pelo caminho, como quem assopra um ramo de esperança.

Abrir mão das bússolas externas e seguir, com coragem, o caminho que o coração aponta.

Vamos, 2025?

Nos vemos ano quem vem :)

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